No dia 29 de abril, o Instagram da OAB-RJ apresentou uma transmissão ao vivo com o Presidente do SNEL, Marcos da Veiga Pereira, e o advogado Dr. Gustavo Martins de Almeida, que é membro da comissão de Direitos Autorais, Direitos Imateriais e Entretenimento da OAB-RJ. Durante cerca de 50 minutos, a conversa, que mobilizou 1.200 internautas de diferentes cidades do estado do Rio de Janeiro, abordou temas importantes como cultura, educação e economia, que são intrínsecos ao setor editorial.
A live “ Mercado editorial na quarentena” teve como motivação apresentar uma análise dos impactos que o distanciamento social, gerado pela pandemia de Covid-19, está trazendo pera a indústria do livro. Marcos da Veiga Pereira começou fazendo uma retrospectiva dos últimos anos e citou a crise de 2015/2016, que foi motivada pela recessão econômica. Em seguida ele explicou que em 2017/2018 o setor sofreu com os pedidos de recuperação judicial de importantes varejistas, mas que 2019 e no início deste ano, o mercado estava em ascensão graças, principalmente, à retomada das compras de livros pelo FNDE e aos novos caminhos criados pelas editoras que buscaram, com sucesso, alternativas para a crise dos anos anteriores. No entanto, no último dia 20 de março, com a declaração pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de pandemia e o fechamento do varejo não essencial, o setor editorial passou a ficar em posição de fragilidade.
Após essa análise, Gustavo Martins explicou as alternativas que as medidas provisórias, em especial a MP 936/2020, propõe aos editores para que os trabalhos possam continuar a serem feitos, mesmo sem o faturamento gerado pelas livrarias físicas. Martins destacou que o autor pode escrever em suas casas e as editoras, com essas orientações das MPs, podem minimizar os impactos dessa crise momentânea, poupando os empregados e evitando o desemprego. O Presidente do SNEL completou dizendo que mesmo assim o fechamento das livrarias é um grande revés, já que o livro ainda depende das livrarias pois elas são verdadeiras vitrines para as obras. “É na livraria que o livro se torna efetivamente conhecido. Eu não acredito que as livrarias vão acabar pois são lugares de aconchego e trocas de ideias”, ponderou.
Em seguida, Gustavo Martins contou sobre as iniciativas que editoras e livrarias internacionais estão criando para esse momento de pandemia e disse que “o brasileiro é criativo e vai buscar alternativas”. Marcos da Veiga Pereira concordou mas ressaltou que essa crise atual é inédita em todo o mundo e a solução passa, obviamente, por um debate econômico. Dessa forma, o setor procurou o BNDES pois o órgão oferece diversas de linhas de crédito. “No curto prazo, a solução é financiamento. Todo mundo precisa de folego financeiro para diluir o prejuízo”, disse.
A live continuou com o Presidente do SNEL salientando que “não existe mais a vida normal, o que vai existir é um novo mundo e nesse cenário o Brasil precisa investir em educação. É necessário construir uma nação preocupada com educação e cultura. E educação é uma política de longo prazo”. Gustavo Martins aproveitou esse pensamento para propor a mediação de eventuais problemas que aconteçam nesse período e disse que tomará essa inciativa em nome do SNEL, desafogando, assim, o judiciário com demandas que podem ser solucionadas por mediadores.
Já no final do debate, Martins ressaltou que o livro deve ser protagonista na vida das pessoas e fazer parte de todo tipo de ação, como por exemplo, figurar no Big Brother Brasil. “Por que não ter uma estante de livros na casa mais famosa do Brasil?”, perguntou. Marcos da Veiga Pereira relembrou a novela Bom Sucesso, protagonizada por Antonio Fagundes, que era um editor de livros, pai dos personagens Marcos e Mariana, que também seguiam a carreira do patriarca.
Em sua saudação final, o Presidente do SNEL disse “Leiam tudo o que quiserem, ler é prazer”.
Infelizmente a OAB-RJ não dispõe de equipamento para a gravação das transmissões e com isso não é possível termos o programa para assistir.