Em 2017, as editoras brasileiras produziram 393,3 milhões de exemplares, venderam 355 milhões e faturaram R$ 5,17 bilhões.
Os dados são da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro ano-base 2017, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). O estudo, que mapeou a performance do setor editorial e de seus quatro subsetores em 2017, ouviu 202 editoras do país, sendo 187 emparelhadas ao ano anterior, o que representa 69% do setor editorial em faturamento.
Considerando as vendas para mercado e governo, as editoras dos subsetores¹ de Obras Gerais e de Religiosos tiveram o melhor resultado: um crescimento nominal de 6,83% (3,77% real) e 4,61% (1,61% real) no faturamento, respectivamente.
Já o subsetor de Didáticos, com queda real de 10,43%, e o de CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais), com recuo de 1,39%, foram os mais afetados em termos de faturamento, contribuindo para o fechamento negativo do setor como um todo em 2017. Em comparação a 2016, o faturamento total das editoras apresentou uma queda real de 4,76%, considerando a variação do IPCA de 2,95% no período.
Considerando somente as vendas de livros ao mercado (R$ 3,9 bilhões), o setor apresentou um crescimento nominal de 2,03% em valor, o que significa um decréscimo real de 0,89%. Já com as vendas para o governo², o faturamento foi de R$ 1,22 bilhão (-12,99% em relação a 2016).
¹Didáticos; Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP); Obras Gerais e Religiosos. Os subsetores dizem respeito às editoras e não ao tipo de livro comercializado, ou seja, se referem à categoria que corresponde à maior parte do faturamento autodeclarado pela editora.
²Em 2017, o Governo Federal comprou livros para o Ensino Médio e fez reposição dos livros do Ensino Fundamental 1 e Ensino Fundamental 2. Em 2016, comprou livros para o Ensino Fundamental 2 e fez reposição dos livros do Ensino Fundamental 1 e Médio.
Produção: subsetores e áreas temáticas
A pesquisa indica que foram editados 48,88 mil títulos em 2017, dos quais 16,1 mil correspondem a lançamentos. O total de títulos (ISBN) teve queda de 5,67%. Levando em conta apenas os novos, o recuo foi de 7,45%.
Já o total de exemplares (volume) produzidos caiu 7,94% em 2017.
No tocante às áreas temáticas apuradas, os livros didáticos, de religião, literatura adulta, autoajuda e literatura infantil lideram o top 5 da produção total de obras nacionais em 2017. Apesar de apresentarem maior representatividade, entre os cinco principais, somente os livros religiosos tiveram um ligeiro crescimento de 1,99% em comparação a 2016, o que corresponde a 90.576.879 exemplares totais. Os didáticos sofreram queda de 13,3% no volume.
Nos gêneros da categoria Científicos, Técnicos e Profissionais, também houve menos exemplares produzidos: os recuos mais acentuados foram nos segmentos de informática, computação e programação (-43,51%), medicina, farmácia, saúde pública e higiene (-17,98%) e direito (-14,85%).
Mesmo com menor participação na produção total, as biografias, por outro lado, tiveram um crescimento expressivo de 11,14% em comparação ao ano passado, o que corresponde a 5,71 milhões de exemplares no total.
A pesquisa ainda destaca que a quantidade de exemplares produzidos de autores nacionais aumentou 3,65%, enquanto os livros traduzidos tiveram queda de 18,87%, levando em conta somente os novos números de ISBN.
Como o livro chega ao leitor
As livrarias, com 118,09 milhões de exemplares vendidos, ou 53,11% do total comercializado no mercado (excluindo-se governo), seguiram como o principal canal de venda das editoras, em 2017. Os distribuidores responderam por 35,75 milhões de livros, o equivalente a 16,08% do mercado. O segmento porta-a-porta teve participação importante, de 7,94%, com 17,66 milhões de livros.
A comercialização em igrejas, templos, supermercados e escolas, além de livros comprados por empresas, também tem relevância. Já em livrarias exclusivamente virtuais a participação foi de 2,91% do total, o que significa um crescimento de 17,77% em relação ao ano anterior.