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Bienal do Livro lança programação aos pés do Cristo

Presidente do SNEL faz discurso ressaltando participação dos editores na inovação da festa ao longo dos anos

Dante Cid discursa ao lado de Tatiana Zaccaro

A Bienal do Livro do Rio fez na noite do dia 8 de maio de 2025 o lançamento da sua programação completa. O lugar não poderia ser mais simbólico: aos pés da estátua do Cristo Redentor. Na ocasião, Dante Cid, presidente do SNEL – que organiza a festa do livro com a GL Exhibitions – lembrou da participação dos editores nas inovações que a Bienal imprimiu ao longo dos mais de 40 anos de atividade.

“Quando os editores que compõem o SNEL criaram a primeira Bienal do Livro, em 1983, ela foi ainda nos salões do Copacabana Palace. Vocês imaginem a diferença do tamanho do evento daquela época para hoje”, comparou Dante, sublinhando como a Bienal em pouco tempo quis ser muito mais que uma feira de livros. “Os editores, quando viram o sucesso do evento, pensaram: o que vamos fazer para tornar a Bienal mais do que uma feira de livros. Aí surgiu o Café Literário, há 25 anos.  O Café Literário inspirou todas essas feiras e festivais que vocês vêm com debates e com encontros com os autores”.

O evento hoje tem uma dimensão extraordinária, com mais de 600 mil pessoas na última edição.

“Nesta edição tão especial, a Bienal é, sem dúvida, o mais importante evento do Rio Capital Mundial do Livro, uma honra que tem a impressão digital tanto do SNEL como da GL pela contribuição maciça para a elaboração do projeto escolhido pela UNESCO. Se, na última Bienal, comemoramos os 40 anos do maior festival literário do país, este ano olhamos para o futuro, para mostrar a importância do livro em todas as suas formas”, conta. “O SNEL tem muita honra e orgulho desta linda e gigantesca festa cultural, desde o seu início”, conclui.

Programação foi divulgada aos pés da estátua do Cristo Redentor

O evento de lançamento começou com o padre Vitor Hugo, que representava Dom Omar, responsável pelo santuário, que está junto a Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, no Vaticano. Dom Orani é um dos cardeais que escolheu o novo papa também nesta quinta-feira. A coincidência entre lançamento de Bienal aos pés do Cristo e a eleição do novo papa foi lembrada por muitos dos participantes do evento.

A proposta é ir além dos 600 mil participantes, como explicou Tatiana Zaccaro, diretor da GL Exhibitions. “A Bienal é o quarto evento de cultura mais importante do Rio, atrás apenas do carnaval, do Réveillon e do Rock in Rio – mas estamos bem próximos do Rock in Rio”, brincou, lembrando que a importância de um evento que tem como atrativo os livros deveria ser, talvez, ainda mais relevante que os demais. Principalmente se considerarmos os maus números de leitura que aparecem constantemente em pesquisas. “A gente não se inspira em nenhum outro evento, a gente é inspiração.”

O secretário de Cultura do município do Rio de Janeiro, Lucas Padilha, fez questão de sublinhar que, mesmo quem não é nascido e criado no Rio, caso dele, “lê” a cidade, já que grande parte do cânone nacional se passa na cidade. “O livro é um mínimo denominador comum de todas as artes”, comentou, lembrando como as diversas outras artes partem do livro para serem realizadas. “Costumo dizer que temos o maior festival literário do mundo, que é a escolha de samba, das escolas”, brincou, lembrando que esse ano, a prefeitura vai se dedicar ao livro. “Até o prêmio Jabuti vem para o Rio”, falou.

Além da programação do Book Park, com a Roda-Gigante Leitura nas Alturas Light, o Labirinto de Histórias Paper Excellence e o Escape Room Bienal Estácio, que já tinham sido detalhados em outras oportunidades, o evento mostrou os curadores dos espaços já conhecidos, como o Café Literário Pólen e o Palco Apoteose Shell.

Um dos curadores, o escritor Raphael Montes, confessou que, embora já seja um autor publicado há mais de dez anos, se emociona toda vez que entra na Bienal. “A Bienal cumpre um papel de tirar a literatura do pedestal”, opinou. “Literatura deve ser tão legal como jogar vídeo game”, disse, lembrando também a importância da festa para a literatura nacional contemporânea, que sempre marca presença.

Dante posa em frente do Cristo vestido com as cores da Bienal, ao lado da diretora do SNEL Leonora Monnerat

Além de Raphael Montes, estavam presentes também os curadores do Café Literário Luiz Antônio Simas, Bianca Ramoneda e Pedro Pacífico, o bookster. Flávia Oliveira não pôde estar presente, mas gravou um vídeo explicando sua participação. Lázaro Ramos é outro que comanda esse espaço. Em outra rodada de apresentações, se apresentaram Thalita Rebouças, Clara Alves, Rosane Svartman e Clélia Bessa. Rona Hanning e Carolina Sanches vão cuidar da área infantil, junto com Martha Ribas, Carolina Sanches fica ainda com o público pré-adolescente e Sidney Gusman toca o Artists Alley para fãs de quadrinhos e cultura geek.

Diretor de Marketing da GL, Bruno Henrique contou como a Bienal não acaba nos dez dias de festa no Riocentro. O projeto Bienal nas escolas leva um pouco do evento para as escolas públicas do Rio ao longo do ano.

A Bienal desse ano também terá um aplicativo, com mais interatividade e a volta do ônibus privativo, que sairá de vários pontos da cidade para o Riocentro. A Loja Bienal também vem reforçada, ele contou. Por fim, o anúncio da pré-estreia Bienal: com o patrocínio da rede social Tik Tok, a Bienal vai abrir para convidados no dia 12, um dia antes da abertura oficial. Coroando todo o evento o Cristo se vestiu com as cores da Bienal, como já havia acontecido em 2023.

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