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Confira a íntegra do discurso do presidente do SNEL na abertura da 20ª Bienal do Livro Rio

Cerimônia aconteceu no dia 03 de dezembro, no Riocentro, com homenagens à ministra Cármen Lúcia e a Zuenir Ventura

À frente de sua quarta Bienal do Livro Rio como presidente do SNEL, Marcos da Veiga Pereira discursou sobre os desafios que permearam a organização do evento em 2021

Autoridades presentes, queridos autores, colegas editores, livreiros, senhoras e senhores,

A Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro chega à 20ª edição com um senso de importância que transcende a sua própria história – um evento que nasceu como uma feira nos salões do Copacabana Palace em 1983, e se expandiu para um megafestival multicultural, capaz de reunir mais de 500 mil apaixonados por livros em seus dez dias de duração.

São vinte meses de uma pandemia que afetou duramente nossas vidas e todos os setores da sociedade em escala global. Poder estar aqui, agora, em um mesmo Riocentro que há pouco abrigou um hospital de campanha, celebrando nosso reencontro, é uma imensa alegria.

Essa Bienal abre a agenda de eventos oficias de grande porte no Rio de Janeiro. Somos pioneiros nessa retomada. Uma retomada em torno do livro, da leitura, do conhecimento e do debate de ideias. Estamos munidos de cuidados e prontos para recebê-los.

Posso dizer, que nosso principal desejo nesta edição é resgatar a importância do livro como um instrumento transformador da nação. Vivemos um momento de polarização, em que a leitura precisa resistir com sua função agregadora e reveladora de novos mundos, fundamental para o fomento da educação, da cidadania e da pluralidade de vozes que engrandecem verdadeiramente um país.

Quando penso em todos os desafios dos últimos 20 meses, três palavras me vêm à mente:

A primeira é resiliência. Depois de enfrentar uma das piores crises da história de nossa indústria, conseguimos manter nossas equipes, publicar novos autores, e atender nossos leitores, o que foi fundamental para a surpreendente retomada das atividades a partir de setembro de 2020, e a previsão de fecharmos 2021 com um crescimento das vendas de livros próxima a 25%.

A segunda é coragem. Tomar a decisão de realizar esta Bienal sob circunstâncias tão atípicas, com tantas incertezas, foi uma tarefa hercúlea. Encontramos na retrospectiva de tudo que construímos até aqui a força para acreditar que seria possível continuar escrevendo novos capítulos de algo tão representativo para nossa cidade e para a indústria editorial.

Gostaria de agradecer o empenho e a dedicação da comissão responsável pela organização do evento, Roberta Machado, Eduardo Salomão e Dante Cid, membros da diretoria do SNEL, Martha Ribas, Tatiana Zaccaro, Bruno Henrique, Milena Palumbo, e à equipe do SNEL. Coragem também do coletivo curador, responsável pelo desenho de uma programação cultural comprometida com a diversidade, que ocupará nos próximos dias este novo espaço, a Estação Plural.

A terceira palavra é esperança. A Bienal representa a materialização dos bons encontros que as histórias proporcionam. Coloca junto, em um mesmo local, livros, autores, leitores e personalidades em encontros que só reforçam a importância e a potência do evento no seu papel inspiracional, desbravador e gerador de tendências. Hoje engrandecem a abertura de nosso evento a Ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, e nosso querido Zuenir Ventura, a quem prestaremos devidas homenagens, e que representam estes autores e personalidades.

O brasileiro se conectou novamente com a leitura em 2021. Essa é, certamente, uma das melhores notícias que eu poderia dar. É nossa responsabilidade como indústria manter esta chama acesa, para com isso progredirmos enquanto sociedade, e transformar esta esperança em realidade.

Neste sentido, não poderia deixar de destacar o apoio inequívoco da Prefeitura do Rio de Janeiro, que “vestiu a cidade de Bienal”, e das Secretarias Municipal e Estadual de Educação, que abraçaram o evento e juntas proporcionarão a maior visitação escolar pública de nossa história. No Espaço Metamorfoses, tradicional atividade infantil, as crianças encontrarão um espaço para sonhar, desenhar novos futuros, pensar novos começos e imaginar com criatividade.

Como disse nosso poeta, filósofo e líder indígena e ambiental Ailton Krenak: “Para adiar o fim do mundo é preciso continuar contando histórias”.

Para mim, estar à frente desta 20ª edição, é motivo de emoção e orgulho. Sou muito grato às pessoas que contribuíram para que mantivéssemos o sucesso permanente da Bienal. Esta é minha quarta e última participação como presidente do SNEL, cargo que ocupei nos últimos 7 anos. As alegrias, tensões e celebrações ao longo dessa trajetória transformaram minha vida. Aliás, transformação, talvez seja a verdadeira razão deste evento acontecer.

Sejam todos muito bem-vindos à 20ª Bienal Internacional do Livro da Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro.

Marcos da Veiga Pereira – Presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL)

A jornalista Flávia Oliveira comandou a cerimônia de abertura. “A Bienal é o lugar onde acontecem verdadeiras histórias de amor entre pessoas e livros”, disse.

 

A ministra do STF Cármen Lúcia foi a homenageada do Prêmio José Olympio de 2021. Ela recebeu a estatueta das mãos do presidente do SNEL

 

O jornalista Zuenir Ventura também foi homenageado pelo SNEL como o autor que mais vezes participou da programação da Bienal. Aos 90 anos, o escritor se disse emocionado
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