Em 2021, as editoras registraram R$ 3,9 bilhões de faturamento nas vendas ao mercado, o que representa queda acumulada de 39%, em termos reais (descontada a inflação do período) desde 2006. Os números constam da série histórica da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), com apuração da Nielsen BookData.
O retrato da indústria editorial, o mais longevo do país e da América Latina, foi divulgado hoje (05/07) durante a 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada no Expo Center Norte. A pesquisa considera o comportamento das vendas nos últimos 16 anos em quatro subsetores: Obras Gerais, Didáticos, Religiosos e CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais).
A crise econômica foi fator determinante para o desempenho registrado a partir de 2015. Entre 2014 e 2021, as vendas reais das editoras ao mercado encolheram 37%. No pós-pandemia, a desaceleração nas vendas foi atenuada pela recuperação apresentada pelos subsetores Obras Gerais e Religiosos em 2021.
O presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Dante Cid, afirmou que o comportamento da economia brasileira tem impacto direto na venda de livros:
“A pesquisa nos mostra que quando o Produto Interno Bruto cresce, as vendas não sobem no mesmo ritmo; mas quando a economia tem uma queda, o faturamento do setor desaba. Entretanto, a desaceleração da queda no último ano nos traz algum alento.”, resumiu.
Para o presidente da CBL, Vitor Tavares, os resultados da série histórica refletem a necessidade de políticas que contribuam para a formação de leitores e que fortaleçam o hábito da leitura:
“A implementação de políticas destinadas à formação de público leitor é urgente. A leitura, além de ser um exercício de cidadania, é capaz de desenvolver economicamente um país. E não é com aplicação de contribuições ou impostos sobre o livro, como está ocorrendo no processo da reforma tributária, que trilharemos esse caminho”, afirmou.
Obras Gerais e Religiosos dão fôlego ao setor
Em 2021, último ano da série histórica, o mercado editorial registrou retração real no faturamento de 4%, na comparação com 2020, quando considerada apenas as vendas ao mercado. O faturamento de Obras Gerais voltou a um patamar próximo do início da crise, em 2015, impulsionado pela recuperação do preço. Em 2021, três subsetores registraram aumento no faturamento nas vendas ao mercado, sendo que o grande destaque do ano passado foi o subsetor de Obras Gerais, com acréscimo de 14%, ou seja, acima da variação da inflação e do Produto Interno Bruto (PIB). Descontada a inflação, o aumento foi de 3%. O subsetor registrou crescimento por três anos consecutivos.
Já a venda ao mercado pelo subsetor Religiosos ficou próxima dos níveis anteriores à pandemia com preço médio real similar ao registrado em 2013. Já os subsetores CTP e Didáticos apresentaram recuo no faturamento o que contribuiu para que o setor registrasse resultado negativo em termos reais.
“O aumento de preços em termos reais deve ser encarado como algo positivo, dada a perda registrada nos últimos 16 anos. Foi esse aumento que possibilitou que os subsetores de Obras Gerais e Religiosos registrassem um crescimento no faturamento, evitando uma queda ainda mais acentuada de todo o setor. A recuperação do preço dá fôlego a um setor historicamente sufocado.” explica Mariana Bueno, economista da Nielsen, responsável pela pesquisa.
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