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‘Se você quiser ficar otimista, venha à Bienal’

Presidente do SNEL, Dante Cid, participou da coletiva de imprensa que mostrou os números finais do evento: 740 mil visitantes e cerca de 6,8 milhões de livros vendidos, ambos 23% maiores que a edição de 2023

O presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Dante Cid, participou da coletiva de imprensa que fez um balanço e mostrou os números da Bienal do Livro do Rio de 2025. O SNEL organiza a Bienal desde a sua primeira edição, com o auxílio da GL Events.

Foram 740 mil pessoas ao longo de dez dias e meio – se considerarmos a pré-estreia ‘Bienal para você’, ocorrida no dia 12 de junho, antes da abertura oficial. Esse número é 23% maior que o registrado em 2023, quando 600 mil visitantes estiveram presentes. Foram cerca de 6,8 milhões de livros vendidos, o que representa também 23% a mais que em 2023, nas mais de 700 editoras presentes no evento, o que dá uma média de um pouco mais de 9 livros por visitante.

“Só temos elogios à Bienal”, sintetizou Dante Cid. “Um amigo meu disse uma frase que resume bem o nosso sentimento. Ele contou que fala para quem está decepcionado com o país, que, se quiser ficar otimista com o país, ele deve ir à Bienal”, repetiu o presidente do SNEL, lembrando da frase do editor Matinas Suzuki, com quem ele dividiu uma mesa sobre sustentabilidade nessa mesma Bienal.

Além de Dante Cid, a diretora da GL Events, Tatiana Zaccaro, também participou da coletiva e lembrou que a Bienal é construção coletiva: “Nada seria possível sem as editoras aceitarem os nossos desafios, as nossas apostas. A gente sempre lembra que é importante que cada um faça um pouco para fazermos todos muito”, filosofou, lembrando também de como todas as atrações do Book park estavam constantemente cheias.

Também participaram da coletiva as autoras Thalita Rebouças, que contou sua experiência como curadora, pela primeira vez, e Eliana Alves Cruz, que recordou da sua primeira Bienal, ainda antes da festa se instalar no Riocentro, além do criador de conteúdo digital Luca Guadagnini, que ressaltou como o Brasil tem uma das maiores comunidades literárias do mundo virtual.

“Em um momento de país em que vivemos sob a lógica dos algoritmos, a Bienal mostra uma espécie de exercício da democracia, com diferentes pensamentos convivendo lado a lado”, contou Cruz.

Na tentativa de ressaltar o exercício da democracia e do pensamento republicano, Dante mencionou a Academia Editorial Júnior e o Rio International Publishers Summit, como parte integrante do projeto do ano de Rio Capital Mundial do Livro, e lembrou da participação de alunos de escolas públicas no evento, com direito a vouchers que dão a oportunidade para os estudantes escolherem e comprarem seus livros.

“A Bienal é a cereja do bolo do Rio como Capital Mundial do Livro, mas ela não acaba agora”, falou, lembrando que a Bienal continua com o projeto de visita a escolas públicas, a Bienal nas escolas.

Fotos: André Bittencourt

Leia o release sobre os resultados finais:

Bienal do Livro Rio 2025 bate recordes na edição mais inovadora e imersiva da história

Riocentro se transformou em um parque literário e recebeu mais de 740 mil visitantes, que levaram para casa cerca de 6,8 milhões de livros

Uma edição ousada e cheia de superlativos: a Bienal do Livro Rio 2025 chega ao final como a mais grandiosa e potente desde a sua criação, em 1983. Neste capítulo tão efervescente, 740 mil pessoas circularam pelos pavilhões do Riocentro, entre a pré-estreia ‘Bienal para você’, no dia 12 de junho, e o último dia 22 – 23% a mais que em 2023, quando 600 mil visitantes estiveram presentes. A 22ª edição do maior festival de literatura, cultura e entretenimento do país não só ancorou o título que o Rio de Janeiro ostenta como Capital Mundial do Livro, concedido pela UNESCO, como também superou as expectativas de público e venda de livros – o que é extremamente simbólico em um país onde 53% da população afirma não ter o hábito de ler (Retratos de Leitura / Instituto Pró-Livro).

“O que vivenciamos aqui foi um movimento coletivo, potente e emocionante! Sem dúvidas, essa Bienal foi única, especialmente pela forma como conectou o público a autores e histórias, permitindo que as pessoas pudessem viver e experimentar o universo literário com profundidade, leveza e diversão. Esse foi o nosso maior sucesso: promover um festival que estimula o gosto pela leitura, a formação de novos leitores e autores, respeitando o interesse de cada um e seu jeito de se relacionar com a literatura”, afirma Tatiana Zaccaro, diretora da GL events Exhibitions, organizadora do evento ao lado do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

O festival que se reinventa a cada edição, neste ano, lançou o conceito inédito de Book Park, transformando o Riocentro em um imenso parque literário, onde as histórias ganharam vida em ativações e experiências imersivas. Democrática, inclusiva e absolutamente diversa, a Bienal inovou, a partir de estudos de hábitos de consumo e interesses do leitor, e atraiu os mais diferentes públicos, posicionando-se como protagonista em irradiar uma experiência literária capaz de cativar a todos. Cerca de 6,8 milhões de livros foram vendidos (23% a mais que em 2023) pelas mais de 700 editoras presentes no evento.

Os expositores registraram recordes de vendas e alguns chegaram a 100% de crescimento em comparação com o evento de 2023. A HarperCollins Brasil, por exemplo, dobrou seu faturamento em comparação com a edição anterior. Na Globo Livros, o crescimento foi de 70%, enquanto Companhia das Letras e Record alcançaram um aumento de cerca de 65%. As editoras Sextante e Arqueiro tiveram alta de 60%, seguidas por Intrínseca e Ediouro, com avanço de 45% nas vendas. Já a Rocco registrou um incremento de 59%.

“O sucesso da experiência mais imersiva apresentada nesta edição da Bienal deixou claro que a literatura precisa ir até o público sob diferentes abordagens. Por isso, a Bienal é essa potência que impulsiona o universo literário como um todo e que foi crucial para o Rio conquistar o título de Capital Mundial do Livro, e se mostra um poderoso instrumento para a tão necessária ampliação do universo de leitores no país”, destaca Dante Cid, presidente do SNEL.

Para ampliar o alcance da leitura e aproximar as pessoas dos livros, a Bienal do Livro Rio 2025 se transformou em uma plataforma de múltiplas expressões artísticas que orbitam o universo dos livros. O evento é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura e Shell Brasil e Banco Itaú.

Música, teatro, novelas, games, audiovisual e conteúdos digitais se entrelaçaram para criar experiências imersivas e sensoriais. Uma curadoria plural e de peso definiu a programação do Café Literário Pólen, Palco Apoteose Shell, Biblioteca Fantástica, Praça Além da Página Shell, Artists Alley, abordando assuntos contemporâneos importantes para a sociedade e destacando múltiplas vozes e sua bibliodiversidade.

Bienal teve 1.850 autores e 1.200 horas de conteúdo

Este ano, pela primeira vez, a Bienal abriu as portas um dia antes com a ‘Pré-Estreia Bienal para Você’, promovida pelo TikTok para 10 mil pessoas. A partir de então, os visitantes puderam viver novas experiências, interagir com seus autores preferidos, conhecer novos gêneros e escritores, compartilhar histórias, descobrir e se reconectar com o prazer da leitura em meio a ativações lúdicas e interativas, encontros memoráveis e uma programação vibrante distribuída pelos 130 mil metros quadrados do festival – 40 mil a mais do que em 2023.

A Biblioteca Fantástica, atração para “crianças de todas as idades”, foi uma das principais atrações, convidando leitores a vivenciar as histórias a partir de uma nova perspectiva. A Roda-Gigante Leitura nas Alturas Light, o Escape Bienal Rio Estácio, o Labirinto de Histórias Paper Excellence e a Praça Além da Página Shell – novo espaço ao ar livre onde as tribos literárias foram as grandes protagonistas – somaram mais de 130 mil visitantes, oferecendo momentos únicos.

Mais de 1.850 autores nacionais e internacionais participaram do festival na programação oficial e em eventos paralelos promovidos pelas editoras e patrocinadores. Além de sessões de autógrafos, muitas dessas agendas tiveram curadoria própria, com ricas trocas e geração de conhecimento em palestras e mesas. Foram mais de 1.200 horas de conteúdo, que percorreu os mais diversos gêneros literários e temas da atualidade, de romantasia, thrillers psicológicos e afroliteratura a fé e uma série de temáticas do universo feminino. A Bienal foi de Machado de Assis e Aílton Krenak a novelas e criadores de conteúdo digital sobre literatura.

Teve ainda o sucesso do Artists Alley, que valorizou quadrinistas, ilustradores e artistas independentes, e um importante intercâmbio internacional, que promoveu trocas e momentos especiais entre vozes brasileiras e de diversas partes do mundo, como o encontro marcante entre a premiada escritora Conceição Evaristo, a cubana Teresa Cárdenas e a sul-africana Zukiswa Wanner, em uma conversa profunda e simbólica sobre memória e resistência. A participação da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em um bate-papo mediado por Taís Araujo, também reafirmou o papel da Bienal como um espaço onde o mundo escuta o Brasil, e o Brasil escuta o mundo.

Nesta edição especial, os visitantes tiveram uma facilidade extra na palma da mão: o aplicativo oficial do festival. Ao todo, mais de 73 mil bienalers baixaram o app e aproveitaram uma série de facilidades. Com ele, foi possível personalizar a agenda, montar listas de compras, explorar o mapa interativo do Riocentro, acompanhar a programação completa e receber notificações em tempo real. Os leitores também criaram bibliotecas virtuais: mais de 256 mil livros foram registrados no app, uma média de 3,5 por usuário.

Impacto social da Bienal foi diferencial para a UNESCO

A Bienal do Livro Rio – que foi declarada, em 2023, pela Prefeitura do Rio como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial da cidade – é muito mais que um evento. É uma verdadeira plataforma de transformação social e cultural e um dos seus pilares mais importantes é o social. Há 25 anos criou, em parceria com entes públicos, o programa de “Visitação Escolar” e de oferta de vouchers para que alunos e professores da rede pública possam adquirir livros durante o evento. Este ano, mais de 130 mil estudantes de escolas públicas e privadas participaram da iniciativa – 30 mil a mais do que em 2023 – e o investimento para que estudantes, profissionais das redes municipais de ensino, além das bibliotecas estaduais, pudessem escolher seus próprios livros foi de R$ 16 milhões – 18% a mais que na edição anterior.

Os vouchers para compra de livros variaram entre R$ 25 a R$ 200 para os alunos e os profissionais da educação, de R$ 100 a R$ 1 mil, para compra de livros. A iniciativa se deu em parceria com as secretarias municipais de Educação do Rio de Janeiro, de Angra dos Reis e de Queimados, além da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Pela primeira vez, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa aportou R$ 10 mil para a renovação do acervo de bibliotecas.

“A Bienal é um convite à descoberta. Um espaço onde cada pessoa pode encontrar o seu lugar e a sua história, e onde a literatura cumpre seu papel mais nobre: o de transformar realidades. Por isso, estamos muito felizes em não terminar neste domingo, 22 de junho. Ela segue agora com o projeto ‘Bienal nas Escolas’, apoiado pela Light, que continuará levando autores e experiências literárias para unidades públicas da Região Metropolitana do Estado do Rio até o fim do ano”, comemora Dante Cid.

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