As vendas ao mercado do setor editorial brasileiro apresentaram um crescimento nominal de 3% em 2022, aponta a pesquisa “Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro”, realizada em parceria pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), com apuração da Nielsen BookData. Este levantamento é o mais longevo do setor no Brasil e na América Latina e foi divulgado nesta quinta-feira (18), referente ao ano-base de 2022.
Considerando a variação do IPCA de 5,79% no período, o resultado indica um recuo de 2,6%. A pesquisa acompanha o comportamento da produção e das vendas das editoras em quatro subsetores: Obras Gerais, Didáticos, Religiosos e CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais). Em 2021, a queda em termos reais registrada foi de 4%.
Para o presidente do SNEL, Dante Cid, os resultados do último ano continuam demonstrando a situação econômica do país, mas também apontam para novos horizontes do mercado. “A pesquisa mostra que o mercado acompanha a situação do país e ainda depende que o Brasil supere obstáculos econômicos e sociais que permitam a expansão do hábito da leitura. Esta edição aponta algumas tendências a serem observadas, como a expansão dos canais digitais de vendas em alguns dos segmentos e o destaque das vendas em eventos literários, que têm apresentado uma excelente participação do público leitor”, destacou.
Nos segmentos de livros didáticos, obras gerais e religiosos houve um aumento nominal de 6% no faturamento das editoras. Em termos reais, os três subsetores empatam com a inflação. Já o subsetor CTP apresentou uma queda nominal de 10% do faturamento.
A pesquisa também apontou que as livrarias exclusivamente virtuais é o canal com maior participação no faturamento das editoras, tendo alcançado 35,2% em 2022, superando pela primeira vez as livrarias físicas.
Também pela primeira vez em 2022, no subsetor de obras gerais, Feiras do Livro/Bienal aparece entre os cinco primeiros canais na participação do faturamento das editoras.
Segundo a presidente da CBL, Sevani Matos, estar entre os principais canais de vendas mostra que as Feiras de Livro/Bienais representam mais esse papel importantíssimo e relevante no mercado editorial e livreiro. Esse resultado é o reconhecimento do esforço para apresentar os lançamentos nesses ambientes e aproximar o público das obras e dos autores.
Livros digitais
Por outro lado, a pesquisa “Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro” mostra que o faturamento total com conteúdo digital em 2022, alcançou um crescimento nominal de 35%, impulsionado pelo aumento de 69% do faturamento de Bibliotecas Virtuais e pela inserção do subsetor de didáticos através da categoria Plataformas Educacionais. Apesar desse crescimento, o conteúdo digital continua representando 6% do mercado editorial brasileiro.*
O faturamento das editoras com a venda à la carte (uma unidade inteira), representa 54% do conteúdo digital comercializado. As outras categorias de faturamento (assinatura, plataformas educacionais, bibliotecas virtuais e etc), representam os 46% restantes.
As pesquisas Produção e Vendas e Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro mostram um retrato da indústria no período analisado e permitem acompanhar as mudanças do setor. Para fazer o download das pesquisas clique aqui.
*A pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro realizada em 2023, com ano-base 2022, passou a considerar o subsetor de Didáticos através da inserção da categoria de faturamento: Plataformas Educacionais. Portanto, a comparação com o mercado de livros impressos passou a considerar também o subsetor de Didáticos, cujo resultado é uma representatividade de 6% para conteúdo digital. Quando a comparação é feita nos moldes dos anos anteriores, ou seja, considerando apenas subsetores de Obras Gerais, Religiosos e CTP (para os livros impressos), o conteúdo digital representa 7% do mercado editorial brasileiro. Importante ressaltar que são consideradas apenas as vendas de livros impressos para o mercado, estão excluídas as vendas para o governo.