
(Por Monica Ramalho* – Especial para o SNEL)
Com talento para agradar a públicos distintos, a Bienal do Livro Rio abriu os portões na manhã desta sexta-feira, 13 de junho – os portões ficam abertos até o dia 22 -, recebendo profissionais do mercado literário, autoridades nacionais e internacionais, representantes das empresas patrocinadoras e, como não poderia deixar de ser, crianças que chegam aos borbotões em ônibus escolares, além, é claro, de um público ávido para passear pelos numerosos e largos corredores do Riocentro – que ficam apertados diante do mar de leitores que lotam os estandes.
“Toda a equipe que trabalha muito duro para organizar a Bienal do Livro Rio, quer sempre fazê-la muito mais do que uma feira do livro, e ela é, desde a época da estreia do Café Literário, uma iniciativa pioneira que inspirou diversos outros eventos literários do país”, ressaltou o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Dante Cid, o primeiro das autoridades a discursar a uma seleta plateia. O SNEL organiza a Bienal – o quarto evento de cultura mais importante do Rio, atrás apenas do carnaval, do Réveillon e do Rock in Rio – com a GL Exhibitions.
Nesta cerimônia de abertura, o prefeito Eduardo Paes foi agraciado com o Prêmio José Olympio, entregue pelo neto do célebre editor, o também editor Marcos da Veiga Pereira, um dos diretores do SNEL. A estatueta reconhece personalidades ou instituições que se destacam por ações de apoio ao livro e à leitura no país desde 1983, criada pelo SNEL. Outra presença ensolarada na cerimônia foi a do jornalista e escritor Ruy Castro, homenageado nesta edição do evento.
Ainda em seu discurso, Dante se emocionou ao lembrar da filha, ainda pequena, correndo em busca de autógrafos dos seus escritores favoritos – como Ziraldo (1932-2024), Maurício de Sousa, 89 anos (presente em todas as edições da Bienal até 2023, quando anunciou que encerraria a sua participação no evento) e Thalita Rebouças. Descoberta na Bienal, Thalita fez a alegria da garotada neste primeiro dia do festival literário, parando a todo instante para cumprimentar e fazer selfies com admiradores.
Dante Cid está que é só sorrisos. “Esse ano, a gente conseguiu realmente fazer uma Bienal imersiva, multimídia, multissensorial. Tudo isso para despertar a paixão pela literatura. É isso que a gente precisa no nosso país: ampliar o universo de leitores. E é isso que a Bienal quer: despertar essa paixão pela literatura em cada um”, disse o presidente do SNEL, em seu discurso na cerimônia que terminou ao som do Monobloco, de Pedro Luís.
Mais de 300 participantes, entre escritores, ilustradores e personalidades das artes, e cerca de 200 horas de conteúdo estão previstos para os dez dias do evento. A Bienal investiu no Book Park, um formato jamais visto no Brasil, que oferece ao público um parque literário com direito a roda-gigante, labirinto de histórias, escape room e a novíssima praça Além da Página, que fica no jardim do Riocentro e servirá de palco para encontros com autores, performances e experiências interativas.
* Jornalista, fotógrafa e criadora do podcast Um Oceano Delas, sobre literatura feita por mulheres.