No Dia Nacional do Livro Infantil, o SNEL reflete sobre a importância da literatura para crianças
Em 18 de abril de 1882 nascia Monteiro Lobato, o mais célebre autor brasileiro de livros infantis. Por conta disso, a data passou a ser também o Dia Nacional do Livro Infantil, momento em que a sociedade, as escolas e o mercado editorial avaliam a importância de fomentar ações de incentivo à leitura e os impactos positivos que essas iniciativas têm para a formação cultural dos pequenos.
Já é mais do que comprovado que o contato da criança com o livro é fundamental para a ampliação do vocabulário, diversificação das formas de expressão, comunicação social e, é claro, aprimora o desempenho escolar, tanto em redação como em interpretação de textos e problemas matemáticos. Além disso, a leitura propicia o desenvolvimento do imaginário, o contato com o lúdico e o prazer de novas descobertas, da mesma forma que uma brincadeira no parque ou um jogo de tabuleiro.
Conforme dados da 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2020 pelo Instituto Pró-Livro, o percentual de leitores entre 5 e 10 anos subiu de 67% para 71%. Para Dante Cid, Presidente do SNEL, esse é um público essencial e merece toda a atenção do setor editorial. “A missão é nobre e envolve educação e acesso à cultura para a formar cidadãos com voz ativa e espírito crítico”, afirma.
Mas para que os livros conquistem o público infantil é necessário um grande investimento por parte das editoras, envolvendo o trabalho de profissionais multidisciplinares. Para Julia Schwarcz, editora do Grupo Companhia das Letras, que possui importantes selos como Companhia das Letrinhas, Pequena Zahar e Brinque
Book, trabalhar com o público infanto-juvenil é uma constante dualidade. “O principal desafio em publicar livros infantis é o fato de não sermos mais crianças. Assim, é preciso se aproximar do olhar da criança, buscar a nossa criança interior para ler e editar os livros. Mas acho que proporcionar o encontro dos leitores com esse mundo da fantasia, tão natural às crianças, é uma imensa alegria; é como abrir um portal mágico e infinito, que vai poder acompanhá-los por toda a vida e em todos os momentos”, destaca.
No entanto, apesar do mercado editorial ter reagido bem à pandemia e alcançado resultados positivos, o desafio de formar novos leitores é diário e urgente. “A concorrência com os streamings, videogames e mídias sociais é real em todas as faixas etárias e por isso torna-se ainda mais fundamental sensibilizar os pais e educadores sobre a necessidade de promover horas de leitura, clubes de livros e outras atividades que envolvam a criança e o contato com a literatura”, pontua Dante Cid.
A psicóloga Regina Oliveira endossa a opinião do presidente do SNEL e afirma que “a criança aprende pelo exemplo e ao ver os pais lendo livros, a chance de se apaixonar pela literatura é ainda maior”.
Organizador da Bienal Internacional do Livro do Rio, o SNEL possui parcerias com as secretarias estadual e municipal de educação, cujo objetivo é promover a visitação escolar à feira. “Mas não nos limitamos ao evento físico da Bienal. Antes da pandemia a Bienal ia às escolas públicas e levava autores para um corpo a corpo com os estudantes.
Em breve retomaremos isso, pois nossa missão maior é a promoção da leitura, hábito que deve ser incentivado desde os primeiros anos de vida”. conclui Dante Cid.