Encabeçando a chapa-única eleita em assembleia no dia 08 de novembro, Marcos da Veiga Pereira foi reconduzido à presidência do Sindicato Nacional dos Editores de Livros por mais um triênio (2017-2020). A posse aconteceu nesta quarta-feira (13), em sessão ordinária na sede da entidade no centro do Rio de Janeiro.
A diretoria eleita tem três novos membros: Duval Guimarães (Somos Educação), Patricia Hespanha (HarperCollins Brasil) e Jose Maria Calvin Lechuga (Planeta). Paulo Lima (L&PM), Jorge Carneiro (Ediouro) e Jorge Oakim (Intrínseca) deixam o colegiado.
Assim, permanecem como diretores do SNEL Mariana Zahar (Zahar), Mauro Koogan Lorch (Guanabara Koogan), Eduardo Salomão (Imago), Suzana Sanson (Brinque Book), João Paulo Rocco (Rocco), Amarylis Manole (Manole), Martha Ribas (Casa da Palavra), Roberta Machado (Record), Mauro Palermo (Editora Globo), Renato Fleischner (Mundo Cristão), Emerson Santos (Positivo), Dante Cid (Elsevier) e Sérgio Windholz (Companhia das Letras).
Para o segundo mandato, Marcos (Sextante) renova o compromisso da entidade com o crescimento e a profissionalização da indústria editorial. “Vamos continuar investindo na divulgação do valor do livro e da leitura, aperfeiçoando os estudos e análises de mercado e mantendo nosso papel atuante nas relações com Estado e sociedade em prol de uma nação mais leitora”, afirmou o presidente do SNEL, ao sintetizar os três eixos fundamentais que seguirão norteando a próxima gestão.
Na solenidade, Marcos relembrou os destaques do último triênio e detalhou os desdobramentos que as pautas de sua plataforma de trabalho terão.
Pesquisas de mercado
Quanto à transparência dos dados e ao mapeamento do mercado livreiro no país, atentou para a série histórica da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e divulgada conjuntamente com a Câmara Brasileira do Livro (CBL) há mais de uma década, além do Censo do Livro Digital, apresentado em 2017.
Segundo ele, a principal criação de sua primeira gestão foi o Painel de Vendas de Livros, em parceria com a Nielsen Bookscan Brasil, que se consolidou como importante fonte de informação para profissionais do setor editorial, jornalistas e pesquisadores, e deve ganhar novidades: “A exemplo da pesquisa feita pela Fipe, o Painel das Vendas se tornou um documento bastante aguardado e consultado a cada mês. Agora pretendemos incorporar recortes mais específicos em seus relatórios, como vendas por região do país e por gêneros”, disse.
Outra iniciativa mencionada foi a aproximação do SNEL com a empresa Yandeh, especializada em Business Intelligence, para desenvolver um sistema de monitoramento de vendas: “Em 2018, lançaremos este projeto com o objetivo de aprimorar a comunicação entre editores e livreiros, expandindo os conhecimentos disponíveis sobre os canais de comercialização, e permitindo maior eficiência e transparência nas relações”.
Preço Fixo do Livro e valorização da leitura
Entre as bandeiras que permanecem no foco do Sindicato, Marcos ressaltou o PLS 49/2015 da “Lei do Preço Fixo do Livro”, aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado em agosto de 2017, com um relatório que acatou todas as emendas propostas pelas entidades do livro. “O avanço do projeto de lei no Congresso Nacional foi uma das nossas grandes conquistas na última gestão e continuaremos batalhando pela aprovação nas próximas instâncias, já que é um assunto ligado ao propósito da valorização do livro. Estamos atentos e à disposição para atuar junto à população, esclarecendo dúvidas que certamente virão”, pontuou.
Um tema de grande atenção para a entidade também é a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), promulgada em julho de 2015 e em vigor desde janeiro de 2016: “O SNEL liderou a negociação com o Ministério Público Federal, no sentido de atender aos interesses de editores e da sociedade, e produzirá um Portal para o direcionamento dos pedidos de livros acessíveis, que entrará no ar no início de 2018”.
O presidente do SNEL enfatizou ainda os esforços voltados para a difusão do papel transformador da leitura, “num momento em que o país atravessa uma crise de valores e de ética”: “Em 2017 conseguimos realizar a bela campanha Leia.Seja. com a missão de resgatar nas pessoas a paixão pelas boas histórias e seus personagens marcantes, através do exemplo de personalidades reconhecidas pelo público em geral. Este será um projeto permanente do SNEL, pois acreditamos que temos o compromisso de colocar o livro em evidência na sociedade”.
Relações com o governo
Ao término de uma gestão que viu a concretização de vitórias importantes para o setor editorial, como a Lei das Biografias e a imunidade tributária para os livros eletrônicos, Marcos reitera a criação de uma agenda proativa nas relações com o governo para o novo mandato. “É necessário discutirmos a fundo sobre o papel do Estado na promoção da leitura. Buscamos um estreitamento do diálogo com o MinC em temas como o núcleo de bibliotecas públicas federais, por exemplo, e também com o MEC, que reduziu a compra governamental dos livros de literatura. Precisamos com urgência de um novo modelo de estímulo à leitura nas escolas, pois entendemos que é lá que está a revolução”, concluiu.