Julho de 2016 – O auditório do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, no Centro do Rio, foi palco de um evento voltado para os profissionais de catalogação das editoras associadas, nesta quarta-feira (27).
Comandada pela equipe de bibliotecários do SNEL, a palestra “Fichas catalográficas: usos e aplicações do sistema on-line” foi idealizada com o intuito de esclarecer práticas ligadas à ficha catalográfica – que é parte do processo técnico para registro e descrição de obras –, e de ressaltar sua importância para identificação de livros em acervos e divulgação em livrarias.
Na ocasião, os especialistas Antonio Milhomens (UFF), Meri Gleice de Souza (UFF) e Leandra Félix (UniRio) apresentaram detalhes sobre o contexto histórico da ficha catalográfica e o passo a passo para realizar a solicitação do documento através do sistema on-line na área restrita do site do SNEL.
“Trata-se de um serviço exclusivo do bibliotecário. Por lei, é um item obrigatório a qualquer publicação bibliográfica editada no Brasil. O país é um dos poucos que adotam a ficha”, enfatizou Meri Gleice.
Já Antonio chamou atenção para as informações que devem constar na página de rosto – um dos arquivos exigidos às editoras para que seja feita a elaboração da ficha, de acordo com o manual.
“Às vezes, confundem página de rosto com capa do livro. O formato correto é uma página de texto que contenha, nesta ordem, o nome da série ou coleção, se houver; o autor; o título e/ou o subtítulo; e os responsáveis pela tradução, organização e ilustração”, esclareceu o bibliotecário. “Mais abaixo, deve haver o nome da editora ou do selo, além do local e do ano de publicação”, completou.
CADASTRO
Outra observação feita por Antonio foi a importância de informar o ISBN (International Standard Book Number) ao preencher o cadastro para a solicitação da ficha – este número de registro de deve ser pedido oficialmente junto à Agência Brasileira do ISBN, ligada à Biblioteca Nacional. Antonio ressaltou que o SNEL também oferece fichas catalográficas para revistas e periódicos, que, neste caso, precisam do registro ISSN (International Standard Serial Number) – emitido pelo Centro Brasileiro do ISSN, órgão do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).
“Caso a obra ainda não tenha um número atribuído no momento de pedido da ficha catalográfica, este deve ser incluído no documento posteriormente pela própria editora, já que o ISBN também obrigatório”, afirmou.
O profissional explicou ainda como são definidas as palavras-chave indicadas em cada ficha. “Nem sempre as sugestões de classificação que recebemos da editora são viáveis. As obras são identificadas de acordo com uma lista de vocabulário autorizada pela Biblioteca Nacional”.
PERGUNTAS E PEDIDO DE REVISÃO
Ao final da palestra, após um coffee break para interação entre os participantes, os bibliotecários tiraram dúvidas da plateia.
O pedido de revisão foi um dos assuntos comentados. “Só é possível fazer o pedido de revisão de ficha catalográfica pelo sistema dentro de 15 dias. Passado esse período, a editora terá que solicitar nova ficha catalográfica, e refazer o processo”, salientou Leandra.
Ela também atentou para os critérios utilizados. “A revisão apenas pode ser feita mediante justificativa, se houver erros ortográficos ou caso a editora não concorde com algum assunto atribuído, por exemplo. Se a obra mudar de título ou de número de páginas, é necessário pedir nova ficha”, pontuou.
O Sindicato oferece o serviço de elaboração de fichas catalográficas a seus associados há 40 anos – desde 2013, os pedidos podem ser feitos na plataforma virtual do site, conferindo mais praticidade ao usuário.
A produção de cerca de 10 mil fichas catalográficas no ano de 2015 é uma demonstração do reconhecimento e da confiança no trabalho do SNEL.