
(Por Monica Ramalho* – Especial para o SNEL)
Passada a agenda abarrotada da inauguração no início da Bienal do Livro Rio, o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Dante Cid, fez a já tradicional visita aos pavilhões do Riocentro, na Zona Oeste do Rio, onde o festival literário será realizado até o domingo, 22 de junho. Record, TikTok, Companhia das Letras, Rocco, Alta Books, Secretaria municipal de Cultura do Rio e Globo Livros foram alguns estandes que entraram na rota de Dante.
“A Bienal é um energético para nós. Essa grande festa, que tem tudo para ser fisicamente cansativa, nos energiza porque nos coloca em contato com os leitores, o que é uma oportunidade absolutamente rica. Quando falamos em promover a leitura no Brasil, nada melhor do que estar com o nosso público final e saber, deles mesmo, o que querem ler”, avaliou o diretor da Globo Livros, Mauro Palermo.
Há dois dias, Palermo recebeu, em nome do Jornal “O Globo”, o título “Incentivadores do Livro e da Leitura”, concedido pelo SNEL para indivíduos, empresas, organizações e autoridades públicas que se destacam no acesso ao livro e no fomento à leitura. O maior jornal da cidade completa 100 anos no próximo dia 29 de julho.

Mauro Palermo faz questão de estar no estande junto aos seus editores, com a finalidade de conhecer de perto o público para o qual trabalha. “Os meus editores também estão aqui, com os olhos e ouvidos atentos a quem lê as nossas obras”, pontuou. Na hora da visita de Dante, a fila para o caixa serpenteava no corredor, com dezenas de pessoas equilibrando pilhas de até nove livros por vez, e Mauro estava ajudando a organizar a multidão.
Mais uns passos adiante, Dante Cid encontrou a editora Cristiane de Mütus, que recentemente ingressou no quadro da diretoria do SNEL. “Já são muitos e muitos anos de Alta Books na Bienal do Livro Rio. Mais de 20 anos! E é uma delícia ver essa paixão que os leitores têm de descobrir títulos e editoras num único espaço”, recorda Mütus. Se pudesse, ela entraria numa cápsula do tempo para reviver uns momentos ao lado de suas crianças, no festival que coloca o livro no epicentro.
“Os meus filhos Lucas e Carolina sempre participaram da Bienal. E, numa época, Lucas só ficava feliz quando ajudava a equipe a vender. Era muito bonitinho vê-lo, daquele tamanho, sugerindo os livros para as pessoas e, de certa forma, deixando claro como a literatura mobilizava os seus afetos. E ele vendia muitos, muitos livros!”, lembra a editora da Alta Books.

No estande da Rio Capital Mundial do Livro, Dante se encontrou com Rosa Maria Araújo, que foi curadora da Bienal até 2009. Foi durante a sua curadoria que o Café Literário foi implementado. Ideia dos editores Sergio Machado e Roberto Feith, na época diretores do SNEL, o espaço faz 25 anos nesta edição. Em 1998, quando o Brasil foi homenageado no Salão do Livro de Paris, Machado e Feith conheceram o Café Fnac. O formato de bate-papo entre autores e conduzido por um mediador caiu no gosto dos editores que quiseram trazer para o Brasil. Assim, nasceu o Café Literário que acabou sendo um modelo para vários outros eventos do país.
* Jornalista, fotógrafa e criadora do podcast Um Oceano Delas, sobre literatura feita por mulheres.
Fotos de André Bittencourt