Em 2013, o preço médio constante do livro apresentou queda de 4,0%. Pelo segundo ano consecutivo, o subsetor Obras Gerais foi o grande destaque do setor editorial mantendo em 2013 as boas vendagens já registradas em 2012. O segmento teve um aumento de 11,68% em número de exemplares vendidos para o mercado. A pesquisa mostrou que o número total de exemplares vendidos cresceu em 10,36% sendo 4,13% se considerarmos apenas as vendas ao Mercado e 20,41% se considerarmos apenas as vendas ao Governo.
O faturamento total do setor, em 2013 foi de R$ 5.359.426.184,63, que representa um crescimento nominal de 7,52 % em relação a 2012, com um número total de exemplares vendidos no ano passado de 479.970.310 unidades.
Houve também um aumento de 8,29% no número de títulos produzidos, ou seja, o leitor tem à sua disposição uma maior variedade de livros para escolher.
Essas são algumas das informações contidas na pesquisa “Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro”, que aferiu os dados do mercado referentes ao ano de 2013. A pesquisa é realizada anualmente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE/USP) sob encomenda do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e Câmara Brasileira do Livro (CBL).
O resultado, divulgado dia 22 de julho na sede da CBL, em São Paulo, revelou que o setor teve um crescimento real de 1,52% – considerada a variação de 5,91% do IPCA em 2013. Contudo, desconsideradas as compras feitas pelo governo, o crescimento nominal foi de 5,90%. Ou seja, as vendas ao mercado não sofreram alterações positivas ou negativas.
O preço médio corrente do livro cresceu 1,70% em 2013 considerando apenas as vendas ao Mercado. Porém, se considerada a variação do IPCA de 5,91%, o preço médio constante do livro apresentou uma queda de 4,0%. Assim, desde 2004, o preço médio do livro teve uma queda real de 43%.
Somente Obras Gerais registraram uma queda de 2,94% no preço do livro, na venda para o mercado. Já o subsetor Didáticos teve um aumento de 4,7%, abaixo da inflação medida pelo IPCA em 5,91%.
O desempenho de vendas ao mercado do subsetor de Obras Gerais ainda é maior, considerando, também, as vendas ao governo. Em 2013, houve um aumento de 112,84%, com 28,187 milhões de exemplares só para o governo. Em 2012, o subsetor vendeu 13,24 milhões de exemplares. Em seguida, vem o subsetor Religiosos, que elevou as vendas de exemplares ao mercado, no ano de 2013, em 2,18%, com 72,50 milhões de exemplares vendidos. Mas as vendas ao governo caíram 40,96%.
Em termos de vendas para o Governo, a pesquisa detectou uma queda de 34,59% no número de exemplares vendidos para o PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola) e um aumento de 23,35% em exemplares para o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático).
“Espero que esses dados não indiquem uma tendência de menor compra de literatura para as escolas pelo governo. Se for uma tendência, é lastimável”, afirma a presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Sônia Machado Jardim.
A pesquisa Fipe apontou que houve crescimento da produção de títulos pelas editoras. Em 2013, foram produzidos 62,23 mil títulos, ante 57,47 mil em 2012. Curiosamente, o número de exemplares produzidos teve queda de 3,59%. Em 2013, foram impressos 467,83 milhões de livros e em 2012, o número foi de 485,26 milhões. Este cenário, segundo a presidente do SNEL, demonstra a preocupação das editoras em oferecer uma gama mais diversificada de títulos, buscando aumentar as chances de encontrar livros vendedores.
As livrarias continuam sendo o principal meio de venda de livros no Brasil. Para o mercado, esse canal de comercialização foi responsável por 50,59% de exemplares vendidos, contra 47,42% em 2012. Em 2013, as livrarias comercializaram 141,47 milhões de obras literárias ante 127,35 milhões em 2012. Esse quadro gerou uma participação de 61,40% em termos de faturamento.
A venda de e-books aumentou 225,13 % de 2012 para 2013, contudo ainda representa uma parcela muito pequena do faturamento total do setor: R$ 12.772.913,17, com 889.146 unidades vendidas. O segmento de Obras Gerais lidera com 736.793 exemplares seguido pelo CTP com 91.107 exemplares.
“Analisando os números de 2013 percebemos que os editores produziram mais títulos com tiragens menores, o que acarreta uma maior diversidade de escolha. Porém, esse quadro também traz uma deseconomia de escala. Vemos ainda a continuação da queda do preço médio constante, tendência observada desde 2004. Entretanto, o faturamento ao mercado manteve-se estável, sem aumento.”, observa Sônia Machado Jardim.”Mas a boa informação de que aumentou em 11.68% o número de exemplares vendidos no mercado de Obras Gerais significa que tem mais leitores comprando de forma espontânea. Isso me deixa esperançosa porque indica que tem mais pessoas lendo”.
A pesquisa está disponível para os associados do SNEL no site do Sindicato, com acesso mediante uso de login e senha.